Seguidores

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

A CASA DA ESCRITORA

A casa da escritora é aquela cujas luzes se acendem às 3h às 4h às 5h ou às 6 da manhã quando as ideias emergem dos sonhos...

A casa da escritora tem cheirinho de café...

A casa da escritora tem cortinas que se pode ajeitar de muitas formas, com forro, sem forro, aberta ou fechada para compor diferentes tons de sombra que submergem a sala, o quarto ou o escritório em cenários propícios...

A casa da escritora tem a louça por lavar...

Tem a roupa por passar,
Tem a cama por fazer.

Tem uma mesa atulhada de papéis, tem barulho de ópera, de máquina de escrever, de sininhos de micro-ondas que aquecem a água para o chá;

Tem barulho de dedinhos em teclados macios, vozes de cantores e cantoras, tem jornal no banheiro, caça-palavras, dicionários de sinônimos.

Tem vinho, lenço de papel, tapete e luminária, tem estantes de histórias enfileiradas, empoeiradas e carregadas.

Tem um caminho de Swann perdido sem ser lido até o fim, tem Clarice sentada à sombra, tem Luiza Bombal sonambulando até a janela com longas tranças negras... Tem Clarissa correndo no jardim, tem uma televisão desligada, apoio para o pires com misto quente.

A casa da escritora tem sempre um personagem travesso, perdido entre o banheiro e a cozinha, escondido no porão, que fala palavrão, que mata o dragão, que salva a mocinha ou que se mata no fim.

A casa da escritora sempre tem um arsenal de xícaras perdidas e com açúcar sobrando no fundinho...

A casa da escritora é um charme a parte.

Nenhum comentário:

Postar um comentário