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sábado, 8 de outubro de 2011

Amoris Mater

Estávamos na varanda e riamos das piadas do Arthuro. Minha irmã chegou com Lidiane nossa prima e Aretma, uma amiga de Lidiane. Foi atração a primeira vista. Enquanto todos se interessavam por seu nome, minha atenção era por toda ela.  Fiquei a noite “pagando pau” pra aquela mulher de sorriso tímido e olhar receoso. Aproveitei quando ela perguntou pelo banheiro e com a desculpa de ir buscar outra cerveja me propus indicar-lhe o caminho. O pessoal, que já havia sacado meu interesse, fez alguns gracejos. Mas Logo após ter ido ao banheiro, ela se despediu.  A zoação com minha pessoa, então, rolou o resto da noite... Aretma, no, entanto, saia de minha cabeça e, por intermédio de Lidiane, eu a contatei e marcamos um encontro. Deste encontro em diante, a diferença de idade entre nós não foi empecilho para criarmos uma afinidade e intimidade de dar inveja a qualquer casal. Mulher madura, Aretma tem pele morena como a minha, olhos claros, nariz miúdo e lábios finos; um belo corpo: seios médios, coxas bem torneadas, uma bela bunda...  Eu mais jovem, sou baixa, e não me acho bonita de corpo: meus seios e bumba são muito grandes. Podem agradar aos homens, mas a mim não... Na cama funcionamos muito bem e nossas fantasias não têm limites. A habilidade de Aretma com certos jogos é de dar inveja, um homem não me daria maior prazer. Mas, embora nossa relação seja intensamente compartilhada, pouco sei sobre a vida de Aretma, que evita falar de sua infância e adolescência. Para ela o passado não existe. Além disto, sua personalidade altera quando lhe falo em adotarmos uma criança. Aretma se perde dentro do próprio olhar e fica semanas assim... Queria entender o porquê, mas é inútil qualquer tentativa. Aretma se fechava a sete chaves e insistir no assunto só a torna mais reclusa em si mesma. O jeito é dar tempo ao tempo. Para mim, Aretma é minha razão de ser, perdê-la é perder qualquer motivação..., não saberia viver sem ela...  Certa vez, aqui começa meu conflito, enquanto Aretma tomava banho, fuçando em uma gaveta encontrei uma pasta com alguns recortes de jornal. Tinham mais ou menos a minha idade. Quando perguntei a Aretma o porquê daqueles recortes, ela subiu pelas paredes de raiva e só não me matou por um triz... Ficamos semanas sem nos falar. Foram os dias mais tenebrosos de minha vida, cheguei a tomar uma dose excessiva de um remédio... Passada a tormenta, sem tocarmos no assunto, reatamos e eu me comprometi a não mais mexer em seu passado... No entanto, mamãe, que nunca aprovou minha opção sexual, há algumas semanas, faleceu, e minha irmã, organizando suas coisas, encontrou uma espécie de dossiê a meu respeito. Quando, abri a pasta que minha irmã me entregou, o choque foi imediato. Eram os mesmo recortes de jornal que havia encontrado na casa de Aretma.    

“Recém nascida é encontrada em lixeira”

“Pedreiro resgata recém nascida de Lixeira”

“Recém nascida em lixeira deve ficar com família do pedreiro que a encontrou”

“Polícia não tem pistas sobre mãe de recém nascida em lixeira”

Eu já não sei mais viver sem Aretma e se ela não sai deste coma: Ela não terá coragem de me abandonar novamente, ela não fará isto comigo. Eu não sei viver sem Aretma... Eu não sei viver sem Aretma... Eu não sei viver sem Aretma... E se ela não sai deste coma? ...

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