Seguidores

sábado, 10 de março de 2012

Cidades

                                                                     http://esquinadamonica.blogspot.com/2012/03/cidades.html

Assisti recentemente Meia Noite em Paris (Midnight in Paris, EUA,2011). Não sou especialista em Woody Allen, devo ter visto uns quatro, cinco títulos. Dos antigos apenas Hannah e Suas Irmãs e mais recentemente Vicky Cristina Barcelona, um gostoso passeio na Espanha temperado com Penélope Cruz e o muito talentoso e muito charmoso Javier Bardem (não dá para citar Bardem sem mencionar pelo menos esses dois adjetivos!).
 Mas sei que Allen é um apaixonado por Nova York e faz a alegria de muitos cinéfilos com visões de uma Nova York toda dele. E em Meia Noite em Paris, temos a sua visão de Paris. Um filme cheio de encantos, uma declaração de amor à Cidade Luz. E eu adoro declarações de amor à cidades. Adoro cidades. Paris é o meu maior sonho de consumo em matéria delas, pelas razões que o próprio filme enumera com muita propriedade. Sonho em passear por lá e construir, dentro de mim, a minha Paris. Sonhos!
 Conheci o Rio de Janeiro ano passado. Viagem de fim de semana. Foi tudo muito rápido, fizemos os passeios obrigatórios pelo Cristo e pelo Pão de Açúcar, passeamos por Copacabana, um tour pela cidade... ficou aquela vontade de fazer muito mais. Mas deu tempo do Rio me mordiscar e me fazer desejar voltar. Uma, duas, quantas vezes forem necessárias para construir um Rio que será todo meu.
 São Paulo. Não há declaração suficiente. Mas posso arriscar dizendo que a minha São Paulo começa na Direita, atravessa o Viaduto do Chá, dá um alô para o Municipal e cai na Barão de Itapetininga, e se diverte com os homens-placa. Volta passando pelo Sebo do Messias e outros sebos. Minha São Paulo não é fria, é fumegante nos milhões de cafés. E tem muita gente, gente de todo o tipo. A São Paulo que construí dentro de mim tem o meu pai e uma São Paulo que ele construiu dentro dele. Suas lembranças se misturam as minhas. Uma São Paulo dentro de outra. A minha São Paulo tem muito a Andréia, a melhor das companhias, e nossa paixão por arte. Tem Monet, Manet, Renoir e Degas esperando-nos a qualquer hora. Tem a Pinacoteca e um constante flerte na Estação da Luz. E tem um trem lotado indo para a Zona Leste. Lá continua a minha cidade, parando no Tatuapé, antes de desembarcar de vez no Itaim Paulista. Tem o número 456 da Jasom Xavier de Barros. Infância. Tem a casa da Márcia e nossas conversas no portão. A lojinha do Medeiros, primeiro emprego. Tem um supermercado e um cara que conheci por lá, um tal Marcos Roberto, com quem me casei. Tem muitas outras coisas na minha São Paulo, mas vamos ficar por aqui.
 E agora, Suzano. Uma cidade que ainda estou construindo. Mas já tem bastante coisa. Tem um pipoqueiro em cada esquina da Glicério. Tem o escritor e agitador cultural Sacolinha e sua energia inesgotável. Tem a casa do Marco Maida e um cheiro constante de felicidade. Tem a padaria e confeitaria Santa Helena, onde tudo tem gosto bom. Tem um monte de gente linda, uma Associação se formando com essa gente linda, tem nossos encontros. As meninas do escritório. Tem minha rotina a dez minutos de casa. Tem o Cícero e a Renata, e algumas paixões compartilhadas. A perfumaria das minhas primas Cacy e Fá. Tem mãe, pai e irmã. E meu próprio lar, retorno constante.
Tem essas coisas nas cidades que vou construindo dentro de mim.

quinta-feira, 8 de março de 2012

MULHERES

Eu me propus, há algum tempo, não tratar de assuntos dos quais não entendo ou dos quais mantenho alguma carga de preconceito. Como não entendo de nada e em tudo mantenho algum preconceito, vi-me na situação de quem se propõe a fazer regime ou mudar de vida no dia de amanhã. Deixo sempre para amanhã o aprofundar-me primeiro e dominar de maneira inequívoca um conceito antes de o comentar. Mas o vicio é maior que a vontade e me vejo entrando num campo do qual nada entendo e do qual me abundam preconceitos. Há quarenta e quatro anos convivo com mulheres, minha mãe, minhas avós materna e paterna, quatro irmãs, três tias, quatro primas rodearam minha infância. Até o inicio do ensino médio, com exceção do professor de educação física, eu estudei apenas com mulheres. Da quinta à oitava série eram 8. Depois vieram a Nilza, a Marta, a Marli, a Fátima, a Rosa,  a Jhoana, a Conceição, mulheres por quem me enamorei. Na adolescência Luciene, Lidiane, Cris, Esmeralda, Rita, Fátima, Selma, Zulene  formavam meu circulo de amizade e estão até hoje presentes em minha vida. Hoje, Selma Maida, Lygia Canelas, Monica Pinheiro, Cris Domingos, Ana Ribeiro, Nara Borges, Tais Gonçalves, Jackeline Lima, Daniela Bastos, Renata Pinheiro, compõem este universo pelo qual gravito. Tem ainda minhas alunas um universo que abrange mulheres dos 12 aos 70 anos. Tem Annamaria, mesmo distante, sempre presente em mim e tem a MULHER: Ione, que me compõem e me estrutura.  No entanto, o que posso dizer deste ser sem que incorra em desinformações e preconceitos: pouco ou nada. É mistério que se vela no revelar-se e encanta .  Então me silencio reverente e reconhecido da importância que vocês mulheres assumem em meu ser. Sim eu sou algo de todas vocês, não sei vos dizer, então: A Todas Feliz Dia das Mulheres.