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segunda-feira, 7 de novembro de 2011

GLOSSÁRIO TÉCNICO CRÍTICO PARA CUNHÃ

GLOSSÁRIO TÉCNICO CRÍTICO PARA CUNHÃ, DE CLAUDIO DOMINGOS FERNANDES POR MARCO MAIDA

Introdução e advertência

O presente glossário tem por objetivo propor uma leitura adequada ao conto Cunhã de Claudio Domingos. O uso indevido desse glossário pode e com certeza levará o leitor a uma leitura ineficiente do texto citado.

Sobre os verbetes vale considerar que estão dispostos em ordem meta-alfabética e a sua definição usa critérios semânticos livres.

Cunhã: substantivo, singular, feminino, próprio da região amazônica, é um termo que designa todo peixe que é objeto de estudo de mulheres que são designadas pelo estado conjugal de sua irmã: para a irmã casada a sua designação é “a cunhada”e o seu objeto de estudo é o “cunhã”. As pesquisadoras do peixe Cunhã são muito chatas, ou melhor, muito dedicadas a sua pesquisa, e por isso assumem a condição de celibatária. Há ainda uma pesquisadora que estuda a propriedade metamórfica da Cunhã. Segundo Margaret Mead, profunda conhecedora dos animais e plantas amazônicos, a Cunhã pode transformar-se em uma boicininga alada e com duas cabeças quando ameaçada por seu maior predador. Essas pesquisas ainda margeiam os mitos da região, mas entre mito e ciência existe um espaço muito curto, muito curto mesmo!



Abaçanada: adjetivo, singular, feminino, muito usado pelas pessoas da Amazônia para designar a forma como se comporta a coloração do peixe Cunhã. Segundo pesquisas considera-se que o peixe Cunhã possui a fantástica propriedade de mudar a coloração de sua pele conforme o seu estado de espírito, e segundo algumas chunazólogas, o peixe Cunhã usa dessa artimanha para conquistar os seusobjetivos. Isso leva a crer que o estado de espírito é determinado pelo objetivo que o peixe Cunhã deseja alcançar.



Catulo: substantivo, singular, masculino, próprio da região amazônica. Termo usado para designar o peixe que relaciona-se com Cunhã de forma simbiótica. Assim como o peixe firefaster e o tubarão, Cunhã e Catulo são vistos sempre juntos, mas a convivência não é parasitária, senão simbiótica. Alguns dizem que Cunhã precisa de Cutalo para mudar a sua cor de pele, para designar o seu objetivo. Algumas cunhazólogas afirmam que não é possível a Cunhã designar-se um objetivo sem o Cutalo. A relação simbiótica pode acontecer em qualquer momento do desenvolvimento desses peixes, é mais comum que a relação simbiótica aconteça na fase juvenil (um pouco clichê, mas a ciência é assim!).



Bilontra: substantivo que pode ser atribuído a dois gêneros, designa nesse caso muito específico um peixe da família dos Trangenerosandrógenus e possui a propriedade de mudar de sexo conforme a situação. Muito voluntarioso, esse peixe é comumente encontrado em águas barrentas amazonenses e predador da Cunhã e do Cutalo. Costuma ser muito requisitado em pratos chiques na Europa. Dizem alguns guias de viagem que os alemães vêem para o Brasil em busca desse peixe e quando o encontram fartam-se com o seu sabor.



Diamba: Substantivo, singular, masculino, usado pelo peixe Bilontra como recurso para passar o tempo nos intervalos em que não está caçando Cunhã e Catulo e não está divertindo turistas alemães. Costuma ser encontrado no fundo das águas barrentas do amazonas, folha que é enrolada e fica no canto da boca do peixe Bilontras. Dizem alguns pesquisadores que é usado para a higiene dos dentes e para a manutenção do hálito sempre fresco. O antropólogo alemão Glutonios Salcianus, profundo conhecedor do peixe Bilontras, afirma que a Diamba era usada pelos índios que vivam a margem do Amazonas para dor de dentes e nas mulheres para o ritual de casamento (ainda não se sabe ao certo o motivo, eu tenho algumas hipóteses, mas prefiro discutir sobre isso em nosso próximo encontro).



Boceta: substantivo, feminino (bem feminino), singular (nem tanto assim). Parte do peixe Cunhã em que, segundo cunhazólogas, encontra-se a propriedade que faz o peixe Cunhã mudar de cor.



Ciciandouma canção álacre: frase muito usada pelos pesquisadores alemães do peixe Bilontras. É um ruído produzido por esse escamoso que atrai a Cunhã. Alguns registros mostram que é produzido em dó(r) maior, assim pode alcançar uma propagação mais adequada no ambiente lacustre.



Referenciais bibliográficos

Encyclopedia Britannica. Edimburg, 1768.

Vocabulário técnico crítico de piscicultura e aquacultura amazônico. Santa Cêndida, 2011.

Pajé Yhanheunhunha de Monte Alverne. Encontro necrolálico gravado no escritório de Marco Maida em novembro de 2011.

Leopoldo ...,

Sasá, ...

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