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domingo, 6 de novembro de 2011

CUNHÃ

Certa cunhã abaçanada vestida de corpete crepe decotado, deixando transparecer os belos seios, deambulava pela orla com seu catulo. Também a saia que vestia era transparente e curta, denunciando a ausência de outros panos. Alguns bilontras que curtiam livremente o cigarro de diamba, mal lhe deram atenção.  Mas um caiçara macilento e beiçola notou a boceta e pensou bifá-la. Afastou-se dos companheiros já brisados e seguiu a distraída moçoila ciciando uma canção álacre.  Quando em local propicio, sombreado e ermo, aproximou-se da manceba o bandalho, dando-lhe um corroscão por trás que a derribou. O ladino lançou-se sobre seu corpo, enquanto o pequeno catulo avançava-lhe  bramindo.  O cheiro almiscarado entorpeceu o bandalho que, esquecido da boceta, intentava abrir as pernas da jovem cunhã, ameaçando-a com um cutelo. O alardeio do catulo atraiu a atenção de um grupo de adventícios, que já viam em socorro da moçetona. Mas a mesma dispensava ajuda. Abrindo um belo sorriso e arregalando os olhos cerúleos, a rapariga demudou-se em uma boicininga dicefala e alada, que engolindo o sacripanta, alçou voou. O pequeno catulo, demudado em algo que não foi possível descrever correu para o mar e nele desapareceu. A boceta, um desadvertido a pegou e o podemos contemplar brônzeo na adentrada da orla onde se narra esta história.

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