“Tô me afastando de tudo que me atrasa, me engana, me segura e me
retém. Tô me aproximando de tudo que me faz completo, me faz feliz e que me
quer bem.” (Caio Fernando de Abreu)
Recebi
há dois dias um comunicado que serei promovido e com isto deverei viajar para
Bruxelas. Batalhei muito para isto. Agora faço parte dos Masters-Seniors de uma
grande incorporação financeira.
Olho
para a janela com satisfação e vejo as roseiras e os Ipês que se preparam para
florir. O gato brinca com um retalho achado não sei onde. Como eu gosto de Ipês,
dão um charme todo especial ao inverno
O
cheiro do café já toma o ambiente e já sinto o seu sabor no aroma que me
invade, e já ante-sinto o sabor da manteiga derretida no pão fundindo-se a mim,
enquanto corro os olhos pelo jornal.
Marta
me sorri. Beija-me de leve os lábios, desejando-me bom dia. Eu a acompanho com
os olhos despir-se e entrar no chuveiro. Seu sorriso é a segurança que tenho. Conheci-a numa tarde de domingo, na casa de um
primo. Ela folheava uma revista e
conversava com a prima em seu quarto. Eu e o primo estudávamos no escritório do
tio para o vestibular. Fui apenas buscar um copo d’água. Ela também teve a
mesma ideia... Trocamos apenas olhares e sorrisos tímidos... Marta é o que me
faz completo...
Nada
me atormenta no momento, as crianças estão bem e sinto-me tão ligado a elas. O sorriso
do mais novo quando chego é algo fascinante: “papazinho cegô, papazinho cego,
oba!” O mais velho apresentou-me dia destes uma engenhoca que ele mesmo
construiu com latas de refrigerante, tampas de garrafa e alguns parafusos.
Disse-me ele que é uma maquina do tempo. Divirto-me muito com eles dois. Bruxelas
far-lhe-ás bem.
Quando
não estou brincando com eles, leio algum bom livro. Atualmente estou lendo o
Cury e a Gasparetto, e andei folheando o Içami Tiba.
Qualquer
hora desta, se a morte não me vem visitar, tomo eu a iniciativa, e irei eu
mesmo visitá-la.
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