Seguidores

domingo, 19 de maio de 2013

Love Story




Januario estacionou o carro. Esperou alguns minutos e, impaciente, desceu do carro e aguardou, caminhando de um lado para o outro.  Fumou um dois cigarros. Praguejou roendo os dentes. Ao longe um vulto foi ganhando forma, foi aproximando-se. Januario ensaiou um suspiro aliviado, ao mesmo tempo o coração acelerou, o suor brotou-lhe às mãos. Quando, Cleonice estendeu-lhe o rosto esperando o beijo, Januario atrapalhou-se todo. Cleonice sorriu...  O filme não era dos melhores, e Cleonice aguardava ansiosa a mão de Januario tocar a sua, esperava algum sussurro em seu ouvido, esperava... Januario ensaiava, ensaiava, ensaiava, mas o coração acelerava, as mãos tremiam, a língua se prendia ao palato, serrada entre os dentes... “A epifania deu-se e o mundo se acabou”, contou-me Januario, da seguinte maneira: “eu não tinha coragem homem, uma força descomunal prendia-me à cadeira do cinema, sedava-me de uma inércia descomunal. Mas homem, eu via Cleonice emburrando-se, levantando-se de seu canto e saindo da sala. Eu exasperei catatônico. Esvaneci, homem! Esvaneci!...   “Nunca homem nenhum disse-me coisa tão bonita”, dizia-me Cleonice, selando-me um beijo nos lábios, enquanto o funcionário do cinema me oferecia água.”    Cleonice ofereceu-me café, enquanto Januario me descrevia entre risos as confusões do casamento.

Nenhum comentário:

Postar um comentário