Às Crianças da Escola Dr. Lauro Celidonio Gomes dos Reis
Fruta voz se
come apenas no verão, quando bem vermelha e caída do pé: “nunca coma fruta voz
tirada com as próprias mão. Ai, meu Deus, é pura confusão!”, dizia a avó de Claudio.
Mas ele não ouvia não: “bestagem, vó, bestagem!” Numa tarde de inverno, Claudio,
sem à avó dar atenção, subiu na árvore e comeu três frutas vozes de uma só vez.
Uma, voz de gente calma, outra, de gente brava, a terceira ora silenciava, ora gritava.
No estomago de Claudio fizeram a maior confusão. E Claudio não podia abrir a
boca, que as pessoas ora achava que ele alguma coisa perguntava, ora ficavam assustadas
pensando que ele quisesse brigar. Ora se desculpavam, pediam para ele repetir,
pois não o escutavam. “Vó, o que eu faço, como deste mal eu me livro”, recorreu
Claudio à sua vozinha. “Ai, meu filho,” disse a avó de Claudio, “só um mar de
risos infantis, para esta história por fim”. Foi assim que Claudio encontrou-se
com as crianças da Escola Dr. Lauro Celidonio Gomes dos Reis, e ainda
encontra-se mergulhado em seus olhinhos estrelares.