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terça-feira, 24 de abril de 2012

Propósitos para dias Felizes


“Tô me afastando de tudo que me atrasa, me engana, me segura e me retém. Tô me aproximando de tudo que me faz completo, me faz feliz e que me quer bem.” (Caio Fernando de Abreu)
            

                Recebi há dois dias um comunicado que serei promovido e com isto deverei viajar para Bruxelas. Batalhei muito para isto. Agora faço parte dos Masters-Seniors de uma grande incorporação financeira.

                Olho para a janela com satisfação e vejo as roseiras e os Ipês que se preparam para florir. O gato brinca com um retalho achado não sei onde. Como eu gosto de Ipês, dão um charme todo especial ao inverno

                O cheiro do café já toma o ambiente e já sinto o seu sabor no aroma que me invade, e já ante-sinto o sabor da manteiga derretida no pão fundindo-se a mim, enquanto corro os olhos pelo jornal.

                Marta me sorri. Beija-me de leve os lábios, desejando-me bom dia. Eu a acompanho com os olhos despir-se e entrar no chuveiro. Seu sorriso é a segurança que tenho.  Conheci-a numa tarde de domingo, na casa de um primo.  Ela folheava uma revista e conversava com a prima em seu quarto. Eu e o primo estudávamos no escritório do tio para o vestibular. Fui apenas buscar um copo d’água. Ela também teve a mesma ideia... Trocamos apenas olhares e sorrisos tímidos... Marta é o que me faz completo...

                Nada me atormenta no momento, as crianças estão bem e sinto-me tão ligado a elas. O sorriso do mais novo quando chego é algo fascinante: “papazinho cegô, papazinho cego, oba!” O mais velho apresentou-me dia destes uma engenhoca que ele mesmo construiu com latas de refrigerante, tampas de garrafa e alguns parafusos. Disse-me ele que é uma maquina do tempo. Divirto-me muito com eles dois. Bruxelas far-lhe-ás bem.

                Quando não estou brincando com eles, leio algum bom livro. Atualmente estou lendo o Cury e a Gasparetto, e andei folheando o Içami Tiba.

                Qualquer hora desta, se a morte não me vem visitar, tomo eu a iniciativa, e irei eu mesmo visitá-la.

sábado, 7 de abril de 2012

È  il fulgore d’un attimo, fatale                           É o fulgor d’um átimo, fatal
solo a chi in cuore trema lo sgomento,                só a quem no coração trema o desespero

l’infinito del piccolo dolore                                 o infinito da pequena dor
che la mente incupisce                                         que a mente culpa

ne la nenia dei giorni;                                          na lamuria dos dias

né s’incrina                                                          se rompe
il turchino del cielo                                              o turquesa do céu

al pianto assurdo d’una creatura,                         ao choro absurdo d’uma criatura
come nota d’un canto sconsolato                         como nota d’um canto desconsolado


E l’armonia che l’universo muove,                      E a harmonia que o universo move,

fredda, immortale,                                                frio, imortal,
le dissonanze ignora del dorole                            as dissonâncias  desconhecedoras da dor

nei ritmi della legge naturale                                nos ritmos da lei natural
scandisce l’eterno, indifferente                             examina o eterno, indiferente

alla vita che spegne nel grigiore                            à vida que apaga na monotonia
la possanza vitale della mente                               o vigor vital da mente

e la forza del cuore.                                               e a força do coração.


Energia dissolvente, investe e annienta,                Energia dissolvente, investe e aniquila,
e l’umo e Il mondo,                                               e o homem e o mundo,

il fiume della vita,                                                 o rio da vida,
nel silenzio dei secoli,                                           no silencio dos séculos

e d’opre umane favole compone                           e ações humanas fabulas compõem
nel ricordo che stimola al conforto                       na memória que estimula ao conforto

se il grido disperato                                               se o grito desesperado     
ch’è fraterno retaggio di dolore                             que é fraterno retalho de dor

s’è composto in poético tormento                         se compôs em poético tormento


Mario Martone:  Posie                                                     Tradução: Claudio Domingos Fernandes    
In Poeti Contemporanei.
Cultura Duemila Editrice